Lesões no Ballet Profissional
- Moon G.
- 17 de jun. de 2024
- 3 min de leitura
Olá pessoal! Tudo bem?
Eu sou o Moon e hoje vamos abordar um tema crucial para todos os bailarinos e profissionais envolvidos no ballet: lesões. Essa não é a primeira e provavelmente não será a última vez que falaremos sobre o tema, mas dessa vez trouxe para vocês a análise de um estudo abrangente realizado ao longo de cinco temporadas da The Royal Ballet. Esse estudo trouxe insights valiosos sobre a frequência, causas e tipos de lesões mais comuns entre bailarinos profissionais. Vamos juntos explorar esses dados e entender como podemos utilizar essa informação para promover uma prática de dança mais segura e sustentável.
Principais Descobertas do Estudo

O estudo "Injury Epidemiology in Professional Ballet: A Five-Season Prospective Study of 1596 Medical Attention Injuries and 543 Time-Loss Injuries" coletou dados de cinco temporadas consecutivas do The Royal Ballet, começando em 8 de agosto de 2015 até 15 de março de 2020. A pesquisa acompanhou 123 bailarinos profissionais (66 mulheres e 57 homens) em suas trajetórias.
Durante esse período, ocorreram 20.762 apresentações programadas exclusivas, totalizando 99.733 aulas, 152.588 ensaios e 31.132 apresentações, somando 417.693 horas de exposição individual à dança. Dessas, foram 115.772 horas de aulas, 209.529 horas de ensaios e 92.392 horas de apresentações.
Com isso, a taxa de lesões que exigiram atenção médica foi de 3,9 por 1000 horas de prática para mulheres e 3,1 lesões por 1000 horas de prática para homens. A taxa de lesões que resultaram em "tempo perdido" (afastamento por pelo menos 24 horas) foi de 1,2 por 1000 horas para mulheres e 1,1 por 1000 horas para homens. Além disso, 35% dos afastamentos resultaram em mais de 28 dias de treinamento modificado.
As lesões foram mais frequentes no início da temporada (agosto e setembro) e no final da temporada (junho). Bailarinos em posições de destaque, como primeiros solistas e principais, apresentaram uma maior incidência de lesões em comparação com aprendizes.
Distribuição das Lesões

As lesões de uso excessivo constituíram a maioria daquelas que necessitaram atenção médica (65–69%) e também a maioria das que foram responsáveis por afastamento (50-51%). As lesões traumáticas foram menos frequentes, mas ainda significativas, especialmente em movimentos de alta intensidade.
As principais áreas do corpo mais afetadas foram:
Tornozelos e Pés: Alta incidência de entorses e fraturas por estresse.
Joelhos: Comuns devido aos movimentos repetitivos como pliés e saltos.
Coluna Vertebral: Flexibilidade e força exigidas podem levar a lesões.
Quadril: Movimentos de rotação e extensão aumentam o risco de lesões.
É importante tanto para a companhia que contrata o profissional quanto para o próprio indivíduo saber se cuidar, preservando o próprio corpo e se recuperando adequadamente. Afinal, de que adiantaria ser o melhor e no dia da apresentação estar afastado por uma lesão grave?
Estratégias de Prevenção
1.Treinamento Adequado: Fortalecimento muscular direcionado, especialmente para tornozelos, joelhos, quadris e coluna, bem como técnicas de treinamento específicas que enfatizem a correta execução dos movimentos para evitar sobrecarga e lesões de uso excessivo.
2.Gerenciamento da Carga de Trabalho: Programação equilibrada de ensaios e apresentações para evitar picos de sobrecarga no início e no final da temporada. Além disso, a inclusão de períodos adequados de descanso e recuperação são fundamentais.
3.Educação e Conscientização: Workshops e módulos educacionais sobre anatomia, fisiologia e prevenção de lesões, além do incentivo ao autoconhecimento corporal e à identificação precoce de sinais de lesão, podem ser diferenciais na hora de evitar que uma lesão existente piore e se torne motivo para afastamento.
4.Intervenções Rápidas: Não ignore a dor esperando que ela simplesmente desapareça. O atendimento imediato ao primeiro sinal de lesão para evitar o agravamento e reduzir o tempo de recuperação é a melhor saída.
A prevenção de lesões é fundamental para garantir uma vida longa nos palcos e repleta de bem-estar. Ao adotar uma abordagem proativa e informada, você pode alcançar seu máximo potencial artístico com segurança e sustentabilidade. Espero que essas informações tenham sido úteis. Fiquem atentos para mais dicas e estudos.
Até a próxima!
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